Melhor e pior, além de serem comparativos dos advérbios bem e mal, são, também, formas de comparativo dos adjectivos bom e mau:
«Ele desenha melhor/pior (advérbio) do que eu.»
«Os teus ténis são melhores/piores (adjectivo) do que os meus.»
Nas frases que indica, junto ao substantivo senso, não se flexionam os adjectivos bom e mau, porque bom senso (sem hífen) e mau senso (sem hífen, igualmente) se comportam como unidades lexicais, isto é, como se fossem palavras individuais. Assim,
«Ele tem mais bom senso do que…» e «Ele tem mais mau senso do que…».
Acontece o mesmo quando colocados antes do particípio passado de um verbo:
«A vossa equipa foi a mais bem classificada.»
«Este trabalho está mais mal feito do que o outro.»
Mas deve dizer-se:
«A vossa equipa obteve melhor classificação do que a nossa.»
«Este trabalho está pior do que o outro.»
N.E. – Sobre os critérios de hifenização depois do Acordo Ortográfico de 1990, acompanhe-se a explicação do gramático brasileiro Sérgio Nogueira em registo de vídeo: