O termo «frase matriz», usado nos estudos linguísticos e na descrição gramatical, só se aplica em referência à subordinação. Não deve, portanto, ocorrer em referência à análise da coordenação.
O termo «frase matriz» é um termo que se aplica a toda a frase em que se encaixa uma oração subordinada, conforme explicam João Andrade Peres e Telmo Móia, em Áreas Críticas da Língua Portuguesa (Lisboa, Editorial Caminho, 1995, pág. 24):
«[...] as orações subordinadas são parte integrante da frase total, onde parecem "encaixadas". Recorrendo a terminologia também corrente, usaremos a designação de frase matriz para as frases tomadas na sua totalidade [...].»
Compreende-se assim que, por exemplo, uma oração subordinada dependa de uma frase ou oração matriz (ou principal ou superior) ou de um seu elemento. Por exemplo, nas frases que seguem:
1. O rapaz disse que comeu um bolo.
2. Encontrei o rapaz que comeu o bolo.
3. Fiquei espantado, quando o rapaz comeu o bolo.
Em 1, a frase matriz é toda a sequência frásica «o rapaz disse que comeu um bolo», a qual inclui o elemento (o verbo subordinante) de que depende a sequência «que comeu um bolo», que é uma oração subordinada substantiva completiva.
Em 2, a frase matriz também coincide com toda a sequência que a constitui, sendo «rapaz» o elemento subordinante da oração subordinada adjetiva relativa restritiva «que comeu o bolo».
Finalmente, em 3, a frase matriz é «fiquei espantando, quando o rapaz comeu o bolo», e «quando comeu o bolo» é uma oração subordinada adverbial de sentido temporal que tem a função de modificador do predicado dessa frase matriz.