O provérbio em apreço tem a seguinte variante:1
«Sarampo, sarampelho, sete vezes vem ao pêlo.»*
Trata-se de um dito que pertence ao conjunto dos provérbios relativos à saúde (por exemplo, «a doença vem a cavalo e vai a pé»; «a tinha é pior que a morrinha»; «água danificada fervida ou coada»)2, muitos dos quais reflectem práticas e crenças sobre a prevenção ou origem da doença ou a sua terapêutica.
Neste caso, o provérbio parece resultar da crença na possibilidade de uma pessoa poder ficar doente com sarampo até sete vezes, o que também remete para um certo pensamento mágico que investe os números de carga simbólica. Sobre a racionalização do provérbio, recomendo a leitura do blogue Provérbios Populares Portugueses (poste de 27 de Setembro de 2009).
1 Ver M.ª Alice Moreira dos Santos, Dicionário de Provérbios, Adágios, Ditados, Máximas, Aforismos e Frases Feitas, Porto, Porto Editora, 2000, e António Moreira, Provérbios Portugueses, Lisboa, Editorial Notícias, 2003.
2 Santos, op. cit.
* Com o Acordo Ortográfico de 1990 – e conforme o ponto 9 da Base IX – não se acentuam as palavras homógrafas paroxítonas, como é o caso de pelo.