No Oxford’s Advanced Learners’s Dictionary (1989), “casting” significa «objecto de metal fundido (e colocado num molde)» e «o processo de escolher a(c)tores para uma peça de teatro, um filme, etc.». Dois dicionários de inglês-português (o Webster’s Dicionário Inglês-Português e o Dicionário Verbo Oxford Inglês-Português) traduzem “casting” como «distribuição de papéis (no teatro, no cinema, na televisão)». Ora, o sentido que se dá actualmente em Portugal à palavra corresponde exactamente à definição do dicionário Oxford, ocorrendo o termo na expressão fazer um “casting”. É assim que dizem muitos actores, sobretudo quando se submetem a tal processo de selecção.
Compreende-se que a palavra “casting” faça mais apelo (ou tenha mais “glamour”), nestes dias em que o inglês é, além de língua franca, a língua da moda e da sofisticação. No entanto, os mais preocupados com a defesa da língua acharão certamente que um termo português faz falta: se assim é, sugiro-lhes «selecção de elenco» ou «escolha de elenco».
O anglicismo em causa tem origem no nome também inglês “cast”, «elenco», o qual, por sua vez, deriva do verbo “to cast”, com o sentido geral de «pôr», mas abrangendo as acepções de «distribuir», «seleccionar» (ver Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa).