O habitante da vila é historicamente o vilão. Esta palavra tem por origem ‘villanu-‘, do baixo latim, com o significado de habitante da ‘villa’, que era uma propriedade rural.
Na Idade Média, o vilão era homem livre que não pertencia à nobreza.
A palavra vilão adquiriu conotações negativas e, por isso, também significa grosseiro, avarento e desonesto.
Estas marcas negativas dão lugar a que se evite o uso de vilão para um habitante de uma vila, pois este vocábulo pode ser considerado ofensivo.
O feminino de vilão é vilã (como habitante da vila e com sentido de pessoa desonesta) e viloa (mormente como habitante da vila ou como trabalhadora do campo).
Conclusão:
Devemos preferir «o habitante da vila» e «a habitante da vila» para evitarmos possíveis melindres, tanto mais que, nos filmes americanos, o «mau da fita» é normalmente designado por vilão.
N.E. Paulo Fávio Ledur e Paulo Sampaio (Sampapaulo) escrevem em Os Pecados da Língua (ACE Editora, Porto Alegre, 1995,Volume II): «Ele é o vilão da história. Vilão era o nome utilizado para referir o cidadão que que morava na vila, o urbano. Talvez por falta de confiança do homem do campo nas suas relações com o vilão, o termo adquiriu o sentido pejorativo, diminuído, de hoje.»