O itálico em palavras que não são estrangeirismos
Por diversas vezes, a meio de um texto, deparamo-nos com um vocábulo em itálico que não resulta, por exemplo, de algum estrangeirismo. Muitas vezes em pronomes pessoais, mas também em advérbios e conjugações verbais. Qual a razão subjacente a essa prática? Nesse sentido deixo aqui três exemplos: «Será assim tão terrível um homem querer mais juventude, mais prazer? Além disso, Walter não é corrupto - não é exactamente ("exactamente" em itálico) corrupto». Michael Cunningham, "As Horas". Lisboa: Gradiva, 9.ª edição, 2004, p. 23. «Nunca havia violações da segurança. Informações mesmo ("mesmo" em itálico) secretas ele nunca ouvia nem pedia para ouvir.» Saul Bellow, "Ravelstein". Lisboa: Teorema, 2001, p. 61. "Por detrás de um aglomerado baixo de nuvens de poluição, o Sol era um disco de prata suja, pequeno e exacto. – Hoje tens tu de cuidar de mim ("mim" em itálico) – disse Mary por entre um bocejo, apoiando de novo a cabeça no ombro de Colin. – Então ontem foste tu a cuidar de mim ("mim" em itálico)? – perguntou ele, acariciando-lhe a nuca.» Ian McEwan, "Estranha Sedução". Lisboa: Gradiva, 2.ª edição, 1998, p. 45. Obrigado!
