Para a formação dos gentílicos, geralmente, junta-se à base do topónimo (nome da localidade) os sufixos -ês (francês, lisboês) ou -ense (duriense, portuense, eborense, setubalense), -ão (alemão, beirão) ou -ano (ribatejano, torrejano), os mais usados, mas há ainda outros que se prestam a formar tais adjetivos (e nomes), como -enho (estremenho, porto-riquenho), -eta (lisboeta), -eno (nazareno), -ino (londrino), -ita (israelita) e -ota (cipriota)1.
Por isso, poder-se-á colocar a hipótese de se formar gentílicos com um ou mais dos sufixos acima indicados. Mas a realidade é que não se encontra registo (nos dicionários nem na página da Internet da Câmara Municipal do Cadaval) qualquer adjetivo (ou nome) que designe o natural ou o habitante de Pragança, surgindo unicamente a referência «de Pragança».
Aliás, essa é também a informação dada pelo Dicionário de Gentílicos e Topónimos, do Portal da Língua Portuguesa (da responsabilidade do ILTEC): «O topónimo Pragança não se encontra registado na MorDebe», lembrando que «nem todos os locais possuem um gentílico associado; isto é, nem sempre existe uma palavra atestada nas nossas fontes para denominar o habitante de determinada localidade. Nestes casos, deverá utilizar-se a expressão o habitante/o natural/o objeto d(e/a/o) nome do lugar; neste caso, de/do/da Pragança.»
1É de referir, também, que a formação dos gentílicos não se restringe ao processo de junção de um sufixo à base do topónimo, existindo outros processos mais complexos, recorrendo às razões etimológicas ou históricas, como são os de casos de albicastrense (de Castelo Branco), escalabiltano (de Santarém > Scalabis), bragantino (de Bragança), bracarense (de Braga > Bracara Augusta), egitaniense (Guarda > Egitania).