Caro professor, sempre disse e ouviu muito bem. De facto, o verbo duvidar subcategoriza uma oração subordinada completiva com conjuntivo. Tal como afirmou, este desvio deve ter origem na tradução à letra do inglês, pois, como é sabido, tal como noutras línguas, o conjuntivo não é marcado morfologicamente em inglês. Quanto à expressão do futuro, tanto no indicativo como no conjuntivo, pode ser feita com uma construção perifrástica:
Indicativo: «Confirmo que o Brasil vai ser…»
Conjuntivo: «Duvido de que o Brasil venha a ser…»
Sublinho também a preposição de, pois, embora regida pelo verbo duvidar, foi omitida no enunciado que nos enviou, o que gera também uma agramaticalidade.1
Saudações!
1 É, no entanto, discutível a agramaticalidade da ausência de preposição. João Peres e Telmo Móia (Áreas Críticas da Língua Portuguesa, pág. 115) fazem notar que este verbo «[...] é cada vez mais utilizado sem preposição no seu argumento oracional (tal como gostar, precisar e necessitar)».