É verdade que certos fonemas do português são indistintos para os falantes de origem chinesa. Aos que o consulente refere, entre os quais há apenas uma diferença de vozeamento (surdo/sonoro), acrescentamos ainda outros dois: /l/ e /r/, que também são problemáticos para alunos chineses.
Ora, há pouca ajuda a dar nesta situação específica, já que os falantes não distinguem os sons em questão. Contudo, os estudantes chineses são famosos pela sua memória fotográfica, logo, apesar de na oralidade não conseguirem, na maior parte dos casos, distinguir pares mínimos como pata/bata, puxa/bucha, dia/tia, dente/tente, ou mar/mal, ao aprenderem a grafia destas palavras e o seu significado, raramente dão erros e não têm qualquer dificuldade na escrita e leitura das mesmas. Aconselhamos, pois, a que se pratiquem mais exercícios escritos, de modo a que os alunos memorizem as palavras.
Na oralidade, acreditamos que este fenómeno não interfere com a inteligibilidade, pois, se pensarmos bem, não há assim tantos pares mínimos que não se desambigúem simplesmente no contexto (frase/situação). Lembremos, por exemplo, que em regiões no Norte de Portugal também não se faz distinção entre /b/ e /v/, e não é por isso que não nos entendemos.
Esperamos ter ajudado e apresentamos os nossos parabéns pela promoção da língua portuguesa no mundo, através do ensino de PLE.