Em primeiro lugar, temos de saber o que se entende por campo semântico. Se este termo é equivalente a campo lexical, então podemos pensar numa série vocabular relacionada pelo mesmo conceito. Contudo, a consideração de holómimos e merónimos não é suficiente para definir um campo lexical, porque aqueles termos apenas remetem para a relação entre um todo e as suas partes. Com efeito, um holónimo é um termo que designa um objecto ou uma entidade constituída por partes, que lexicalmente são palavras chamadas merónimos. Por seu turno, um merónimo é «palavra que designa parte de outra (p. ex., copa e aba são merônimos de chapéu)» (Dicionário Houaiss). Este tipo de relação lexical não coincide o conceito de campo semântico, porque, na constituição deste, há ainda outros tipos de relação lexical: por exemplo, a que existe entre termos genéricos (os chamados hiperónimos, como animal) e os termos mais específicos (ou hipónimos, como gato, cão, rato, etc.).
Digamos então que a relação entre um holónimo e um merónimo é somente um subgrupo do conjunto de termos que formam um campo semântico. Por outras palavras, se um aluno identificar o campo semântico definido pelo conceito de livro, é provável que chegue a uma série de palavras mais vasta, a qual, além de incluir o holónimo livro e os seus merónimos página, capa, lombada, etc., abrange ainda palavra edição, o hiperónimo publicação e os hipónimos tese, monografia, diário, biografia, tratado, romance, etc.