Raparigaça é a forma mais reconhecida como aumentativo do nome/substantivo rapariga, forma sintética esta que se obteve a partir do emprego do sufixo aumentativo -aça ao nome comum, conferindo-lhe uma significação exagerada ou intensificada, o que pode traduzir imagens positivas (de pessoa de caráter forte) ou negativas [«de desproporção, de disformidade, de brutalidade, de grosseria ou de coisa desprezível» (Cunha e Cintra, Nova Gramática de Português Contemporâneo, Lisboa, Sá da Costa, 2002, p. 199)]».
Repare-se que esta não é a única forma de aumentativo de rapariga, pois não nos podemos esquecer de que a formação do grau aumentativo pode ser feita por dois processos:
a) sinteticamente, mediante o emprego dos sufixos aumentativos usados em português:
— formas masculinas -ão (caldeirão, paredão), -aço (animalaço, ricaço), -ázio (copázio), -alhão (vagalhão), -(z)arrão (homenzarrão, gatarrão, canzarrão), -anzil (corpanzil), -aréu (fogaréu), -astro (medicastro), -az (lobaz), -alhaz (facalhaz), -arraz (patrarraz), -eirão (asneirão, caldeirão);
— formas femininas: -ão (um mulherão), -aça (barbaça, barcaça, raprigaça), -arra (bocarra, naviarra), -ona (solteirona, chorona), -orra (cabeçorra), -uça (dentuça);
b) analiticamente, acrescentando-se um adjetivo que indique aumento ou esteja relacionado com essas noções, tal como grande, enorme, do que resultam formas como «grande rapariga», «rapariga grande», «rapariga enorme».
Existem, portanto, outras formas de possíveis aumentativos de rapariga, feitas a partir das regras de formação (sinteticamente) dos aumentativos. Tratar-se-á, portanto, de aumentativos que não se encontram dicionarizados nem estabilizados, que podem ocorrer em situações informais, em casos de uso da linguagem familiar e corrente, para se traduzir uma situação em que se realce, pela positiva ou pela negativa, a ideia/imagem de uma determinada rapariga.