A frase «uma pessoa de idade avançada é senil» está, do ponto de vista estritamente linguístico, correta.
O adjetivo senil, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa (DLPACL), tem como sentidos possíveis «que é provocado pela velhice; que é próprio da velhice» ou «que apresenta sinais de degenerescência, decrepitude ou senilidade». Neste sentido, a frase apresentada pelo consulente pode ser interpretada como referindo alguém que devido à sua idade avançada apresenta um estado físico e mental enfraquecido. Não obstante, a construção mais comum para descrever esta situação será a que inclui o verbo estar («uma pessoa de idade avançada está senil») que, aspetualmente, contribui para a descrição de um estado que se adquiriu e não permanente (valor veiculado pelo verbo ser).
Note-se que a frase em questão pode também ser entendida como uma generalização, isto é, que todas as pessoas de idade avançada são senis, atendendo exatamente ao valor aspetual de estado veiculado pelo verbo ser. No entanto, isto não corresponde exatamente à realidade, uma vez que nem todos aqueles que são velhos apresentam enfraquecimento das suas faculdades físicas e psíquicas.
Por outro lado, vários dicionários como, por exemplo, o próprio DLPACL e a Infopédia, registam que senil tem como sinónimo o adjetivo velho. Portanto, nesta perspetiva, o adjetivo senil pode também ser usado como «uma referência à velhice ou aos velhos» (Infopédia), sem que se isso remeta para a perda de faculdades físicas e mentais. Todavia, o sentido que aponta para um estado decrépito parece descrever os usos mais comuns deste adjetivo.