A vogal ã é efetivamente mais uma do sub-repertório vocálico do sistema fonológico do português europeu-padrão, mas os linguistas consideram que se trata de um segmento que ocorre apenas na ligação de palavras na cadeia discursiva – como, aliás, o exemplo indica – e não lhe dão estatuto fonológico. Maria Helena Mira Mateus e Ernesto d´Andrade (The Phonology of Portuguese, Oxford University Press, 2000, pp. 18 e 146) referem-se à vogal, primeiro como variante nortenha da vogal baixa nasal ou nasalizada [ɐ] (não temos possibilidade de lhe sobrepor o sinal de nasalidade), e depois, quando falam do discurso ligado, dando os seguintes exemplos: «da Antónia» = [dã′tᴐnja], «casa antiga» = [kazã′tigɐ].