Para melhor esclarecimento a respeito dos três primeiros conceitos (linguagem, língua e fala) remeto para a resposta anterior Linguagem, língua e fala.
Quanto a signo, pode dizer-se que foi igualmente um conceito introduzido por Saussure e mais tarde estudado e discutido também por outros nomes, como o de Roland Barthes (este último, porém mais direccionado para a semiótica literária). De facto, este conceito, que começou por ser puramente linguístico, depressa se estendeu a outras áreas como a literatura, a publicidade ou o jornalismo e muitas outras relacionadas com a comunicação.
A semiótica é a ciência que estuda e interpreta os signos linguísticos num determinado sistema. Não sei se é a isso (signo linguístico) que se refere quando fala em signos verbais...
Passo a explicar: o signo é, de acordo com a definição de Saussure, a «combinação entre o conceito e a imagem acústica», ou seja, se eu digo “árvore”, evoco imediatamente duas realidades: a imagem mental que faço da árvore (significado) – sei que é qualquer coisa que está plantada no chão, que tem um tronco e ramagens – e a forma acústica da palavra (significante) – á + r + v + o + r + e. O conjunto destas duas partes constitui o signo. E este é, seguramente, um signo linguístico.
Porém, de uma forma geral, signo é sinónimo de sinal, de símbolo e, neste sentido, ele pode ser não linguístico, ou, como penso que o consulente pretende dizer, não verbal. Por exemplo, se eu vejo um sinal de trânsito todo vermelho com uma barra horizontal branca a meio, sei que significa «sentido ou trânsito proibido». Não há, nesta situação, qualquer informação linguística.
Sobre este assunto muito poderia ainda ser dito, mas, por óbvias limitações de espaço, pouco mais pode ser adiantado.
Para melhor documentação sobre este assunto recomenda-se as seguintes leituras: «Cours de Linguistique Générale», de Ferdinand de Saussure (trad. port. de José Vítor Adragão, Dom Quixote, pp. 121-171); «Teoria da Literatura», de Vítor Manuel de Aguiar e Silva, Almedina, pp. 181-202; «O Conhecimento da Literatura», de Carlos Reis, Almedina, pp. 132-161.
Para melhor documentação sobre os conceitos de “linguagem”, “língua” e “fala” recomenda-se a leitura de «Cours de Linguistique Générale», de Ferdinand de Saussure (trad. port. de José Vítor Adragão, Dom Quixote, pp. 21-50; «Introdução à Linguagem», de Victoria Fromkin (trad. port. de Isabel Casanova, Almedina, pp. 3-33).