Como diz — e atestam os registos mais credíveis que cita1 —, sempre se escreveu Guileje.
Portanto, a grafia Guileje, sem o d, é a única correcta, dado que em português normal não existe grupo consonântico dj, nem tch, o modo correspondente. Por isso, é incorrecto igualmente escrever "Tchecoslováquia", em vez de Checoslováquia, apesar de em checo a palavra começar por tal som, grafado C (um c com acento circunflexo invertido). Mas o som tch foi o do ch em português até ao princípio do século XIX, e ainda hoje se ouve no Norte do Portugal.
Resumindo, é mesmo assim que se deve continuar a grafar o nome desse aquartelamento das tropas portuguesas durante a guerra colonial, na Guiné-Bissau: Guileje.
A corruptela do "dje" (e a do "g") pressupõe um mau domínio da ortografia da nossa língua, com outros conhecidos infelizes exemplos — como é essoutra (má) tendência (no caso, em Angola) de se ter passado a escrever com as letras Kw nomes e topónimos que em português sempre se escreveram, e escrevem, com Qu.
1 Também era assim que se grafava no título do excelente documentário "De Guileje a Gadamael — o corredor da morte", da autoria do jornalista José Manuel Saraiva e do realizador Manuel Tomás, exibido no canal de televisão português SIC, em 1998.