A designação «futuro imperfeito do indicativo», usada por algumas gramáticas e manuais escolares para identificar a conjugação de verbos no futuro simples do indicativo, tem o intuito de fazer referência ao valor aspetual imperfetivo que este tempo verbal assume.
O futuro imperfeito ou futuro simples do indicativo é utilizado quando o falante tenciona exprimir uma situação futura relativamente a um momento presente num contexto formal, exemplificado em (1). Para além disso, pode também ser usado para exprimir dúvida, incerteza ou desconhecimento de uma situação presente, como em (2).
(1) Amanhã, teremos aula de português.
(2) O João não veio à aula porque estará doente.
Neste sentido, como as situações descritas em (1) e (2) não estão terminadas e a sua conclusão é ainda incerta, considera-se que este tempo expressa um valor aspetual imperfetivo.
Por oposição, o futuro perfeito ou futuro composto do indicativo exprime uma situação futura que deverá já estar terminada em relação a outra situação também futura, como se pode observar em (3). Nesta perspetiva, o futuro composto do indicativo apresenta um valor aspetual perfetivo uma vez que descreve uma situação cuja conclusão está definida no tempo.
(3) Quando chegarmos a casa, o filme já terá terminado.
Note-se, no entanto, que os termos «futuro imperfeito» e «futuro perfeito» são designações contempladas pela nomenclatura gramatical portuguesa de 1967. Atualmente, o Dicionário Terminológico, documento de referência para o ensino não universitário português, refere os tempos do futuro do indicativo como «futuro simples» e «futuro composto»1.
1. No que concerne à nomenclatura gramatical brasileira, os termos preferidos são «futuro do presente simples» e «futuro do presente composto».