Prezado consulente, julgo que a sua convicção de que «há por ali sujeitos e nomes predicativos distintos» se deve ao facto de as frases deste diálogo imprimirem uma certa ênfase, dada pela pontuação, repetições sucessivas, etc.
Aliás, a inversão da ordem básica dos constituintes ocorre precisamente quando queremos dar especial enfoque a algum dos elementos da frase. Por exemplo:
«O doce de tomate, comeram as crianças!»
Todavia, para efeitos de foco, a deslocação de um elemento da frase não altera a sua função sintáctica. A expressão «o doce de tomate» é o complemento directo, ainda que deslocado da sua posição básica (repare que o verbo concorda com «as crianças»).
Quero com isto dizer que nas frases «Eles são os vencedores», «Os vencedores são eles», «São eles os vencedores» (e inclusive as que contêm o pronome interrogativo quem), o pronome pessoal eles corresponde sempre ao sujeito, porque reitero: não há outro constituinte na frase, senão o sujeito, que possa ser substituído por um pronome pessoal nominativo.
Um pronome pessoal nominativo (eu, tu, ele) substitui o sujeito;
Um pronome pessoal acusativo (-me, -te, -o) substitui o complemento directo;
Um pronome pessoal dativo (-me, -te, -lhe) substitui o complemento indirecto;
Todas as outras funções sintácticas (complementos preposicionais, predicativo do sujeito, do complemento directo, etc.) não são substituíveis por qualquer pronome pessoal.
Em conclusão, a identificação do sujeito em frases com as que apresenta até não é tarefa difícil, porque o mesmo já se encontra sob a forma de pronome.
Espero ter sido esclarecedora e não hesite em escrever-nos para mais desafios sintácticos!