Entre as figuras de natureza semântica ou tropos, a metáfora é das mais empregadas. O Prof. Feliciano Ramos escreve a propósito, no seu livro "Breves Noções de Poética e Estilística" (Braga, 1966), que esta «corresponde a um alargamento de significação de uma palavra por comparação com outra», e exemplifica com este homem é um leão, explicando que «desta transferência comparativa de sentido provém a metáfora». O exemplo apontado, continua o douto professor, inclui-se nas metáforas animalistas, que «estão muito popularizadas e delas extraem os belos efeitos estilísticos e simbólicos.
A imagem dá-nos uma visão mais larga que a comparação e a metáfora, e é muitas vezes formada por um encadeamento de metáforas ou comparações. Os professores Mário Carmo e M. Carlos Dias, além desta explicação, na sua obra "Introdução ao Texto Literário" (Lisboa, 1976), dão-nos dois exemplos, de que transcrevemos o segundo, do grande poeta simbolista Eugénio de Castro: «Pelas desertas Avenidas /Longas, tristíssimas, profundas /As altas árvores doridas / São como santas moribundas.»