Com o novo acordo ortográfico pode escrever Eufémia ou Eufêmia, conforme se estipula na Base XI, 3.º:
«Levam acento agudo ou acento circunflexo as palavras proparoxítonas, reais ou aparentes, cujas vogais tónicas/tônicas grafadas e ou o estão em final de sílaba e são seguidas das consoantes nasais grafadas m ou n, conforme o seu timbre é, respetivamente, aberto ou fechado nas pronúncias cultas da língua: académico/acadêmico, anatómico/anatômico, cénico/cênico, cómodo/cômodo, fenómeno/fenômeno, género/gênero, topónimo/topônimo; Amazónia/Amazônia, António/Antônio, blasfémia/blasfêmia, fémea/fêmea, gémeo/gêmeo, génio/gênio, ténue/tênue.»
As grafias Eufémia e Eufêmia não resultam de nenhuma arbitrariedade, porque já no anterior acordo (o de 1945) se considerava que este nome podia ter vogal tónica aberta ou fechada, apesar de apenas se admitir a forma Eufémia. Com efeito, esta grafia, consagrada pelo acordo de 1945, tem a particularidade de o acento agudo não indicar timbre aberto da vogal, mas apenas a tonicidade da sílaba em que ocorre. Refira-se que, em 1947, Rebelo Gonçalves, no seu Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa (págs. 168/169), se referia a esta particularidade do uso do acento agudo:
«As palavras proparoxítonas em que as vogais tónicas a, e ou o são finais de sílaba e seguidas de uma das consoantes nasais m ou n recebem, quanto à acentuação gráfica, tratamento igual ao das palavras paroxítonas cuja sílaba tónica tem a, e ou o na mesma posição [...]: levam acento circunflexo, se essas vogais soam fechadas quer na pronúncia normal portuguesa, quer na brasileira; mas levam acento agudo, que servirá apenas para marcar a tonicidade, se soam de timbre variável. Exemplos do primeiro caso: âmago [...], cômoro [...], sêmola [...]. Exemplos do segundo (com timbre normalmente aberto em Portugal e fechado no Brasil): académico, anatómico [...].
Harmonizam-se na acentuação gráfica com um ou outro destes dois tipos de proparoxítonos as palavras que apresentam encontros vocálicos postónicos [...] e que estão, quanto às vogais tónicas, em condições iguais às de qualquer deles. Assim: [...] fêmea, gerânio [...]; mas [...] António [...], Eufémia [...].»