1. Segundo o Prontuário da Texto Editora, dígrafo representa o que é escrito com duas letras diferentes (ex.: de, aí, etc...), e digrama é o grupo de duas letras que representam um único som (ex.: lh, ch, nh, rr, ss, gu, qu e as vogais nasais representadas com duas letras como an, in, im, om, on, un e um). Segundo esta definição, assim ([I]), bom ([õ]) e atum ([û]) apresentam digramas e não dígrafos.
2. Do ponto de vista ortográfico, o en em pólen é um dígrafo vocálico nasal, pois en representa um grupo de duas letras diferentes, e estas não representam um único som, logo não é digrama. Do ponto de vista fonético, é um ditongo nasal decrescente [ẽĩ], ou seja, é um encontro vocálico fonético. O encontro vocálico é uma sequência de sons vocálicos (vogais ou semivogais) que pode ocorrer numa sílaba ou não. Estes podem ser hiatos, ditongos ou tritongos.
3. Em radiouvinte, temos um encontro vocálĩico do tipo tritongo, ou seja, uma vogal entre duas semivogais numa só sílaba [Radjowĩt].
4. Em quando, temos ditongo nasal crescente em uan [wã] (encontro de uma semivogal com uma vogal) mas em an não temos um dígrafo (segundo a definição apresentada acima em 1.), mas, sim, um digrama (duas letras que representam o mesmo som [ã]).
5. O encontro consonantal representa um grupo de consoantes sucessivas num vocábulo (ex.: bl, br, cl, cr, dr, fl, fr, gl, pl, pr, tl, tr, vr, gn, nm, pn, ps, tm, etc.). Também se consideram encontros vocálicos sequ[ü]ências como sc, sç e xc, conforme florescer, desçamos e exceder. Os encontros consonânticos acima não têm um único som, ao contrário dos digramas ch, lh, nh, rr, ss, etc. Não são encontros consonânticos conjuntos de consoantes com m ou n quando estas consoantes marcam a representação de vogais nasais (ex.: fundo, mandar). Logo, xp em expressar é um encontro consonantal. Aliás, o grupo xpr representa, ele próprio, um encontro consonantal.
6. Em plausível, existem dois encontros vocálicos:
– el é um encontro vocálico fonético em português brasileiro, mas em português europeu não é. Isto deve-se à velarização do l em final de palavra e sílaba em português europeu, e à semivocalização em português brasileiro. Em português brasileiro temos plausíve[w], enquanto em português europeu temos plausíve[ł];
– au é um encontro vocálico de duas vogais constituindo um ditongo decrescente oral.
7. Em prefixo, existem dois encontros consonânticos:
– pr é um encontro consonântico,
– x é um encontro consonântico fonético, pois representa-se o grafema x pelo som [ks].