A palavra distópico está registada em dicionários como adjetivo que diz respeito ao substantivo distopia (cf. Dicionário Houaiss e Dicionário Priberam da Língua Portuguesa), o qual pode ser definido de duas formas:
– na medicina, como «posição anómala de um órgão» (Dicionário Houaiss);
– nos estudos literários, é sinónimo de antiutopia, palavra que o dicionário da Porto Editora (na Infopédia) define como «representação ou descrição de uma sociedade futura caracterizada por condições de vida alienantes ou extremas, que tem como objetivo criticar tendências da sociedade atual, ou alertar para os perigos de determinadas utopias».
Refira-se que as literaturas do século XX ficaram marcadas por vários romances distópicos, como Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, de George Orwell (1903-1950), e Fahrenheit 451, de Ray Bradbury (1920-2012). Para saber mais sobre a distopia enquanto perspetiva literária, leia-se também o artigo distopia do E-Dicionário de Termos Literários). Assinale-se ainda que, neste âmbito, a significação do termo distopia terá surgido por influência do inglês dystopia, cujos constituintes, dys- e -topia, têm origem grega e, em português, encontram equivalentes nos elementos dis-, «dificuldade, perturbação» (Dicionário Houaiss), e -topia (< tópos, «lugar» + -ia, formador de substantivos abstratos; cf. idem), cognatos daqueles formantes ingleses.