A fixação de uma forma portuguesa da palavra croissant é uma questão que está longe de reunir consenso. O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, além da forma francesa croissant, propõe a forma derivada croissã. Já o Novo Aurélio da Língua Portuguesa atesta tanto croissant como croassão e ainda cruassã. Por sua vez, na versão eletrónica do Houaiss encontra-se somente croissant em itálico, para assinalar que se trata de um estrangeirismo, com o respetivo plural croissants. Por fim, e à imagem do Houaiss, o Portal da Língua Portuguesa atesta apenas as formas croissant/croissants.
Posto isto, e passando para a pergunta do consulente, temos portanto dois problemas. O problema da unanimidade de uma forma na língua portuguesa, já analisado, e, por outro lado, e aceitando que a melhor solução é adotar a forma estrangeira croissant, o problema da derivação da forma do diminutivo, uma vez que a palavra-base em questão apresenta uma grafia estrangeira. É comum ouvir a forma sintética “croissantzinho”, ao invés de uma forma analítica, como “um pequeno croissant”. Neste caso, a derivação assemelha-se a palavras como maçã ou romã (maçãzinha e romãzinha respetivamente), em que se verifica a ligação da forma de base ao prefixo –zinha. Contudo, a derivação com formas de base estrangeiras, além de nomes próprios, não é aceite por perspetivas mais conservadoras da morfologia da língua portuguesa, pelo que se deve evitar, salvo em contextos informais, grafar a palavra “croissantzinho”.