1. «Junto com»
A locução pode ser redundante, mas o certo é que se encontra registada em vários dicionários. Por exemplo, no Grande Dicionário da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, figura como subentrada de junto, com o sentido de «juntamente», «simultaneamente». Também no Dicionáro Unesp do Português Contemporâneo se atesta o uso de «junto com»: «– Quero morrer junto com você, disse a moça transtornada.»; «Junto com a bebida derramada, o suor empapava-lhe a camisa.» Nos exemplos transcritos, embora ao primeiro se possa atribuir características do discurso popular, não se reconhece o mesmo tipo de registo no segundo. Deste modo, não vejo que a locução esteja incorreta, até porque a redundância nem sempre é critério de correção, podendo até ser aceite por questões de ênfase.
2. Concordância
Tendo em conta que «junto com» é, muitas vezes, o mesmo que com, como sucede na frase em questão, a concordância com um sujeito composto, que inclua tal construção, deve fazer-se conforme descreve Evanildo Bechara na sua Moderna Gramática Portuguesa (Rio de Janeiro, Editora, Lucerna, 37.ª edição, pág. 556; itálico do original):
Se o sujeito no singular é seguido imediatamente de outro no singular ou no plural mediante a preposição com, ou locução equivalente, pode o verbo ficar no singular, ou ir ao plural para realçar a participação simultânea na ação:
"El-rei, com toda a corte e toda a nobreza, estava fora da cidade, por causa da peste em que então Lisboa ardia" [...]
"Nesta conjuntura, um deputado dileto da rainha, por nome Antônio José da Silva Peixoto, coadjuvado pelo foliculário José Acúrsio das Neves, levantaram-se e prorromperam em `vivas´..." [...].
Sendo assim, a concordância da frase em discussão pode ser realizada de duas maneiras:
a) no singular: «O Sindicato, junto com os trabalhadores, reuniu-se com a diretoria da empresa»;
b) no plural: «O Sindicato, junto com os trabalhadores, reuniram-se com a diretoria da empresa.»