1. Comparemos as construções do grupo A com as do grupo B:
dar beijos = beijar
dar ajuda = ajudar
fazer a apresentação de = apresentar
fazer a síntese = sintetizar
fazer a barba = barbear-se
pôr em risco = arriscar
pôr em evidência = evidenciar
ter em consideração = considerar
tirar fotografias = fotografar
Grupo B
entrar em guerra contra = guerrear
fazer guerra a = idem
envolver-se em guerra com = idem
Desta confrontação é possível afirmar que o verbo envolver-se funciona como verbo-suporte, tal como dar, fazer, pôr, ter, tirar, nos exemplos acima.
O verbo-suporte caracteriza-se por apresentar um conteúdo semântico t{#é|ê}nue (alguns autores falam de «esvaziamento semântico») e mantêm as propriedades de flexão e de concordância. O nome que se lhe segue não integra nenhum complemento do verbo, antes forma com ele um predicado complexo.
2. «com a mãe» é complemento oblíquo: é um constituinte exigido pelo verbo, realizado por um sintagma preposicional que não é substituível por lhe(s) (fa{#c|}tor que o distingue do complemento indire{#c|}to).
3. A classificação complemento circunstancial foi abandonada pela TLEBS/Dicionário Terminológico justamente porque se trata de uma classificação insuficiente: não distingue os constituintes do predicado que são obrigatórios dos que são opcionais. Acresce que a subclassificação dos complementos circunstanciais é uma classificação semântica e uma interpretação mais apressada pode induzir em erro. Note-se, a propósito, que, em «com a mãe», a preposição com pode comutar com contra, logo nunca teríamos aí um complemento circunstancial de companhia.