A expressão «complemento terminativo» era utilizada no Brasil e foi substituída por «complemento indireto» na Nomenclatura Gramatical Brasileira, publicada em 1958, como pode ler-se no excerto subsequente, da autoria de Cláudio Moreno: «A partir da NGB, uma comissão formada por notáveis da época (entre eles, Antenor Nascentes, Rocha Lima e Celso Cunha) estabeleceu uma espécie de divisão esquemática dos conteúdos gramaticais, unificando e fixando, para uso escolar, a nomenclatura a ser usada pelos professores; em 1959, no governo JK, uma portaria recomendou sua adoção em todo o território nacional. Dessa data em diante, por exemplo, todos passaram a falar em objeto indireto, e não mais em "complemento terminativo" ou "complemento relativo", ou quejandos;» In http://educaterra.terra.com.br/sualingua/05/05_nomenclatura.htm Ficamos, pois, com dois conceitos, ambos assumindo na nova terminologia linguística a designação de complemento. Analisando o grupo nominal «a resposta ao aluno», verificamos que estamos perante um grupo nominal composto por um núcleo, resposta, seguido de um grupo preposicional introduzido pela preposição a: ao aluno. Este grupo preposicional desempenha a função sintáctica de complemento preposicional do nome e não é – e não pode ser, neste contexto – um complemento indirecto, pois este está sempre associado a um verbo. O que acontece na expressão «a resposta ao aluno» é que o nome resposta, núcleo, como já se viu, do grupo nominal, é um nome que provém de um verbo. Diz Inês Duarte, na Gramática da Língua Portuguesa, pág. 332: «Em geral, o significado e o número de complementos destes nomes decorrem de propriedades dos verbos correspondentes.»Assim, na frase «responderam ao aluno» – ou, se preferir, «ao aluno foi respondido» – há um evento que tem um agente indeterminado e como meta, ou ponto de chegada, «ao aluno». Na expressão «resposta ao aluno», o complemento preposicional «ao aluno» mantém, do ponto de vista semântico, o papel temático que teria se fosse complemento do verbo responder. Todavia, do ponto de vista sintáctico, é um complemento preposicional do nome, como já vimos. Poderemos, informalmente, dizer que, na expressão em apreço, «ao aluno» equivale, semanticamente, a um complemento indirecto, por ter o papel temático que lhe é habitual, mas não podemos dizer que é um complemento directo.Em suma, os dois conceitos – complemento nominal e complemento indirecto – não são simultâneos nem ocorrem no mesmo contexto, embora possam ter o mesmo papel temático. Com efeito, o complemento nominal associa-se a um nome, enquanto o complemento indirecto se associa a um verbo.