Analisemos cada um dos exemplos apresentados:
(1) «Estou a ponto de explodir.»
«A ponto de» é, neste exemplo, uma locução adverbial equivalente a quase, prestes a, veiculando, efectivamente, um sentido de intensidade.
(2) «O bolo já está ao ponto: se encontra assado»;
A forma adequada, atestada em dicionários editados quer em Portugal quer no Brasil, é estar no ponto, ou seja, nas condições ideais, concluído:
(2.1) «O bolo já está no ponto.»
Poderemos, como sugere, atribuir a esta expressão um valor temporal, se nos centrarmos no tempo que demorou a cozer, ou de modo, ou situação, se tivermos em conta a forma como ele está face ao objectivo final: ele está capaz de ser consumido.
(3) «O aparelho geiser sinalizou no ponto exacto onde estava material radiativo...»;
No exemplo (3), dadas as características lexicais do verbo sinalizar, que fazem dele um verbo transitivo directo, não se espera que o nome ponto seja antecedido por uma preposição:
(3.1) «O aparelho geiser sinalizou o ponto exacto onde estava material radiativo...»;
«O ponto exacto» é o objecto directo de sinalizar.
(4) «João foi encontrado no ponto marcado.»
Também no exemplo (4) não estamos perante uma expressão fixa, ou locução, e sim perante um complemento preposicional, que veicula, como o consulente identifica, um sentido locativo. Estamos perante um complemento circunstancial de lugar.