A forma busão* é uma variante de abusão, (cf. Artur Bivar, Dicionário Geral e Analógico da Língua Portuguesa, 1949), que significa genericamente «ilusão» e «superstição» (cf. Dicionário Houaiss). Regista-se também uma outra forma que tem sentido próximo – trata-se de avejão, que designa «[um] espectro mal-assombrado; fantasma, assombração, avantesma» e, em sentido figurado, «homem de grande estatura e muito feio» (idem). Abusão e avejão são vocábulos que podem ser encarados como variantes um do outro, até porque têm a mesma origem: «lat. *avisio, onis 'visão, fantasma'» (idem).
Refira-se que tanto abusão (ou busão) como avejão são atualmente palavras pouco usadas, de sabor arcaico. A forma busão ocorre na frase em referência justamente porque esta faz parte de um escrito da primeira metade do século XIX, da autoria do brasileiro Ezequiel Corrêa dos Santos e publicado na Nova Luz Brasileira Extraordinaria, n.º1, de 24/12/1829 (citado por Marcello Basile, "Ideias radicais no Rio de Janeiro regencial: elementos para um debate", Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH, São Paulo, julho 2011, pág. 8).
* No calão/gíria do português do Brasil, a forma busão é o mesmo que ônibus (autocarro).