O facto de «assembleia geral» se escrever sem hífen no Vocabulário da Língua Portuguesa de Rebelo Gonçalves significa que essa é a grafia recomendada à luz do Acordo Ortográfico de 1945, que tem vigorado em Portugal até agora. Esta ilação decorre do facto de à referida obra se ter reconhecido autoridade na fixação da grafia das palavras. O próprio Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, regista «assembleia geral».
No entanto, é verdade que «assembleia geral» é cada vez mais um tipo de assembleia que se tem individualizado nas práticas institucional e linguística, pelo que se pode dizer que se lexicalizou, isto é, que passou a ser uma unidade autónoma entre outras do léxico português europeu. Sendo assim, compreende-se que não só a Mordebe (que, em todo o caso, assinala a forma sem hífen, atribuindo-a ao dicionário da Academia das Ciências de Lisboa), mas também o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, consignem a forma com hífen: assembleia-geral. Com a ratificação por parte de Portugal do protocolo modificativo do Acordo Ortográfico de 1991, devemos aguardar a publicação de um novo vocabulário, que substitua o de Rebelo Gonçalves. E parece de esperar que nessa ocasião a forma assembleia-geral seja a recomendada.
Nota do consultor (19/09/2016) – Com a publicação dos vários vocabulários ortográficos que fixam a forma das palavras conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, vê-se que a hifenização do vocábulo em causa é apresentada somente pelo vocabulário ortográfico da Porto Editora. Dado que nos demais vocabulários – (cf. Vocabulário Ortográfico do Português, no Portal da Língua; o Vocabulário Ortográfico Comum, no Instituto Internacional da Língua Portuguesa; o Vocabulário Ortográfico Atualizado da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa; e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras) – só se regista assembleia, conclui-se que a solução por eles adotada continua a ser a de Rebelo Gonçalves, no Vocabulário da Língua Portuguesa, de 1966 – ou seja, a locução substantiva assembleia geral, sem hífen, parece ter-se tornado a forma preferencial. Mesmo assim, conviria existir consenso entre os referidos recursos.