O ciúme é, de uma forma geral, um sentimento negativo manifestado pelo receio de se perder o afecto de uma pessoa, em favor de outra. A pessoa que receia que o afecto lhe seja roubado tem ciúmes da que poderá beneficiar dele. Os animais, tal como as pessoas, também sofrem de ciúmes, quer em relação às pessoas, quer a outros animais. Os ciúmes podem ser justificados ou podem ser infundados, podendo tornar-se doentios. Neste contexto, não seria correcto utilizar o termo inveja.
A inveja é o «desejo de possuir algo que outra pessoa possui ou de usufruir de uma situação semelhante à de outrem». É sinónimo de cobiça. Quem inveja… inveja outras pessoas, pelos bens materiais, pelo sucesso, pelo facto de serem felizes, etc.
Digamos que a pessoa que tem ciúmes «ama» aquela que o leva a ter ciúmes, a pessoa que inveja «odeia» a pessoa que é alvo da sua inveja.
O termo ciúme vem do latim zelumen, zeluminis, que deriva de zelus, zeli e significa «ciúme amoroso, desejo». O termo inveja provém do latim invidia, invidiae, de invidus, invida, invidum, «que tem ou lança mau-olhado, que tem inveja, invejoso», de invidere, «olhar de modo malévolo, lançar mau-olhado, donde invejar» (cf. Dicionário Houaiss).
Por vezes, ciúme é sinónimo de inveja: «Ficou com ciúmes por teres sido promovido.» A pessoa tem ciúmes por ter sido relegada para segundo plano corresponde a um «sentimento que se experimenta por não se poder gozar das vantagens ou de algo que outros têm» (cf. Dicionário da Língua Portuguesa e Contemporânea).
Geralmente, não se diz que temos zelo por uma pessoa, quando temos medo de a perder, mas sim ciúmes, embora os termos actuais zelo e ciúme tenham o mesmo étimo latino.