O termo anime é um estrangeirismo relativamente recente, importado do japonês, para designar de um género de desenhos animados. No Dicionário Eletrónico Houaiss, não há ocorrência desta importação, mas o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa regista a palavra com a dupla grafia: animé, com acento agudo, forma atribuída ao português de Portugal (cf. também o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora; animê, associada à variedade brasileira (cf. também Dicionário Aulete). Ambas as formas são adaptações do japonês anime, forma romanizada, isto é, vertida em caracteres latinos. Constata-se, portanto, que em Portugal os dicionários disponibilizam a forma animé, muito embora também se possa usar a romanização anime, em itálico ou entre aspas, de forma a indicar o seu estatuto de estrangeirismo, ao mesmo tempo que se lhe atribui a pronúncia com e final aberto, como acontece com a palavra inclusive.1
Refira-se, por último, que o empréstimo japonês tem um homónimo, anime, de etimologia obscura e com o significado de «resina aromática encontrada no copal, esp. us. em vernizes» (Dicionário Houaiss).
1 No Dicionário Houaiss (s.v. inclusive) observa-se o seguinte, sobre a pronúncia de inclusive em português de Portugal: «em Portugal, o e final é pronunciado aberto (como o de café), lembrança do som dos adv. latinos de adj. de primeira conjugação (us,a,um), que eram abertos; não raro vê-se lá esta palavra grafada com acento agudo (inclusivé), mas tal uso é uma incorreção.