Respondo simultaneamente às duas questões que apresentou, citando o meu nome.
O Acordo de 1931 foi um documento elaborado pela Academia Brasileira de Letras e aprovado pela Academia das Ciências de Lisboa. Se consultar os arquivos da nossa Academia, certamente encontrará o documento. Nele escrevia-se que se eliminariam na língua «As consoantes mudas». O acordo entre as duas academias não avançou oficialmente em Portugal.
O texto não tinha um vocabulário pormenorizado, mas justamente apresentava a palavra `cetro´, a que faz referência na sua objecção, como exemplo desta eliminação.
O acordo de 1945 (Base VI, 2.º) registou já, diferentemente, ceptro. A justificação foi a abertura da vogal anterior ou a história das palavras (o novo acordo transige em aceitar a dupla grafia ceptro/cetro, embora ceptro não exista para o Brasil e a pronúncia recomendada para Portugal seja ¦cetro¦).
Verdadeiramente só a segunda justificação da norma de 1945 era significativa para a generalidade das palavras, pois a primeira justificação ficava sem sentido quando a mesma norma autorizava que as homógrafas heterofónicas não tivessem acento diferencial (ex.: molhos ¦ó/ô¦ [com o qual também se podem elaborar textos ambíguos, como fez com corretor…]).
Por sua vez, o acordo de 1945 não avançou no Brasil.
Esta resposta enquadra-se ainda nos "contra-argumentos" aos opositores do acordo; o que tomei a decisão de deixar de fazer, pois são agora ociosos, depois da aprovação do II Protocolo, quase por unanimidade, pelo nosso Parlamento. A minha preocupação passou a ser "conseguir que a adaptação se faça devidamente, sem arbitrariedades".
Assim, estarei à sua disposição para trocarmos ideias sobre a língua ou sobre a aplicação futura do acordo, mas o assunto desta resposta deixa de ter seguimento da minha parte.
Como sempre digo, respeito quem se opõe ao novo acordo no seu amor pelo idioma; mas considero que esta nova grafia tem as alterações mínimas indispensáveis para termos um dicionário único e para a afirmação universal da língua portuguesa.
Novo acordo
Termos para Portugal: objeção
Ocorrem-me para o Brasil: ideias
NOTA: as duplas grafias não implicam alterações obrigatórias na escrita.
Ao seu dispor,