Eu colocaria vírgula nos dois casos. Para explicar esse uso, recorro às palavras de Evanildo Bechara. Ele diz, na Moderna Gramática Portuguesa, Rio de Janeiro, Editora Lucerna, 2001, página 642, que a vírgula se utiliza «para separar partículas e expressões de explicação, correção, continuação, conclusão, concessão». Deste modo, reescrevem-se as frases, com vírgula depois de enfim e portanto:
1) «Faz também parte da descrição a sensibilidade "interna" do universo do observador: alegria, tristeza, amor, ira, enfim, estados emocionais.»
2) «Precisamos utilizar uma linguagem denotativa, portanto, referencial.»
No exemplo 1, creio que estamos perante um sentido de conclusão, ou síntese, constituindo-se a expressão «estados emocionais» como síntese global e integradora das emoções anteriormente enunciadas. No exemplo 2, estamos perante uma ideia de conclusão, ou de explicação, em que o termo «referencial» constitui, de certa forma, um equivalente de «denotativa».
Edite Prada