Nada tem de problemático nem de errado a pronúncia em causa.
É uma variação de -ão, e historicamente era um das três terminações nasais do galego-português que mais tarde convergiram no atual som que se grafa como -ão:
coraçon, naçon, paixon → coração, nação, paixão
irmon → irmão
pan, capitan → pão, capitão
Acontece que, sobretudo nas regiões de entre Douro e Minho, a convergência dessas terminações nasais se fez muitas em -om ou -õu, o que redunda em pronunciar coraçom ou coraçõu, e até irmom/irmõu (em lugar de irmão) e pom/põu (em vez de pão). É uma pronúncia regional aceitável, se bem que muitos falantes da referida área procurem muitas vezes evitá-la ou disfarçá-la, reproduzindo a solução da norma-padrão, com o ditongo representado por -ão.