A — O verbo mandar, no contexto em que é apresentado, com o sentido de «dar uma ordem ou determinar a realização de uma acção», é um verbo transitivo.
Por conseguinte, respondendo à questão, aceitam-se como correctas as frases 1 («O juiz manda qualquer oficial cumprir o mandado»), 1a («O juiz manda-o cumprir o mandado») e 1b («O juiz manda-lhe cumprir o mandado»).
A construção pode ser feita através de oração completiva de infinitivo («mandar alguém cumprir um mandado»), ou de conjuntivo («mandar que alguém cumpra um mandado»). Se o verbo da oração de infinitivo for transitivo, o respectivo sujeito pode ser realizado como objecto directo ou objecto indirecto de mandar, conforme se pode ler na Gramática da Língua Portuguesa, de M.ª Helena Mira Mateus et al. (pág. 648):
«[...] o constituinte interpretado como sujeito do domínio encaixado ocorre como objecto directo do predicado complexo, se o verbo encaixado for mono-argumental [cf. (31a)], e como objecto indirecto do predicado complexo, quando o verbo encaixado é transitivo ou ditransitivo [cf. (31b)]:
(31) (a) O professor mandou-os entrar.
(b) O professor mandou-lhes concluir o trabalho na próxima semana.»
Ou seja:
«ordena-se a alguém (ind.) que cumpra uma ordem»,
mas:
«manda-se alguém (dir.) ou a alguém (ind.) cumprir uma ordem»; ou ainda «manda-se que alguém cumpra uma ordem».
Em relação aos primeiros exemplos apresentados pelo consulente, na frase 3, observe-se que português europeu deve antepor-se o pronome reflexo ao verbo,1 pois que obriga a tal, para qualquer pronome pessoal de complemento, seja ele objecto directo, ou objecto indirecto; e também para o pronome pessoal reflexo : «... manda que se dirija ao local...»
1 No português brasileiro há excepções a esta regra (ver Textos Relacionados).