Tem razão o consulente. De facto, não existem exéquias que não sejam fúnebres. Trata-se de um tipo de pleonasmo que na Nova Gramática do Português Contempâneo de Celso Cunha e Lindley Cintra é considerado um erro grave. Na página 618, dizem os autores sobre o uso do pleonasmo: «Quando nada acrescenta à força da expressão, quando resulta apenas da ignorância do sentido exacto dos termos empregados, ou de negligência, é uma falta grosseira». E apontam alguns exemplos: «Fazer uma breve alocução», «Ter o monopólio exclusivo», «Ser o principal protagonista».
A estes exemplos poderíamos, com propriedade, acrescentar o referido pelo consulente: «exéquias fúnebres». Porém, a sequência «exéquias fúnebres» não é incomum. Numa pesquisa no corpus CETEMPúblico, disponibilizado pela Linguateca, verificamos que há 162 ocorrências da palavra exéquias, sendo que em 8 delas observamos a sequência «exéquias fúnebres». Não sendo um número elevado, não é também despiciendo, uma vez que representa 5% das ocorrências do termo exéquias neste corpus.