DÚVIDAS

A pronúncia de síndroma/e, glicemia, anemia, etc.

Conforme as nossas escolas médicas, há grandes variações no género e pronúncia de termos médicos de origem grega.

Tanto se diz "glicémia", "leucócitos", como "glicemia", "leucocitos", embora toda a gente diga "anemia" e não "anémia".

Em Lisboa e Coimbra, diz-se «os enzimas» e, quanto a estes, por exemplo, "polimerase". No Porto, diz-se «as enzimas» e a "polimérase".

Maior confusão ainda: «o "sindroma"» (como aprendi em Lisboa), «o síndrome», «a síndrome».

Pode haver alguma regra com sentido etimológico e fonético?

Resposta

De facto, é sabido que a pronúncia dos termos médicos é por vezes diferente em Coimbra e Lisboa. Mas o que interessa é o que está nos vocabulários e dicionários que se baseiam na ortografia oficial, que ainda é a de 1945. O legal e o mais correcto é glicemia, leucemia, etc. (à semelhança de anemia); enzima (nunca ouvi doutro modo); síndrome ou síndroma (esdrúxulos e femininos). Desconheço polimérase, embora haja vários compostos esdrúxulos terminados no mesmo sufixo de origem grega.

Não há propriamente regras, mas geralmente a etimologia é que manda. Quase sempre tais compostos assentam no grego e obedecem à acentuação que teriam (ou têm) se viessem através do latim. Por vezes, porém, são neologismos recebidos através do francês, e então não podem, em princípio, ser esdrúxulos, dado que nesta língua não há palavras proparoxítonas.

 

N.E. O autor escreve segundo a Norma de 1945.

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