Segundo José Pedro Machado (Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa), Tarrafal é um topónimo com origem num nome colectivo, tarrafal, derivado de tarrafe, que é o mesmo que tamargueira. Tarrafal significa, pois, «campo de tarrafes».
Note-se, contudo, que o Dicionário Houaiss indica que tarrafe é termo da Guiné-Bissau, com origem na palavra árabe tarf, «tamarindeiro», e que passou ao crioulo (presume-se que o dicionário se refere ao crioulo guineense). No Brasil, a planta em apreço é conhecida como mangue-vermelho, que é (idem):
«árvore de até 5 m (Rhizophora mangle) da fam. das rizoforáceas, com grossas raízes basais, casca adstringente, tanífera e de que se extrai tintura, madeira avermelhada, de qualidade, flores amarelas, axilares e frutos obcônicos, nativa de manguezais e áreas salobras de regiões tropicais das Américas, África e ilhas do Pacífico»
Trata-se, portanto, de uma planta própria de regiões de clima quente. Não podemos é dizer se a presença de tarrafes é indício de uma zona especialmente quente no contexto do clima das ilhas cabo-verdianas.
N. E. (13/03/2021) – Informa o consulente Adelino Faial Fonseca (Mindelo, Cabo Verde) que o topónimo Tarrafal ocorre noutro lugar de Cabo Verde: Tarrafal da Povoação, na cidade da Ribeira Grande em Santo Antão. Acrescenta que em todas as localidade cabo-verdianas chamadas Tarrafal se encontra ou encontrava uma plantação de coqueiros: Tarrafal de Santiago e Tarrafal da Ribeira Grande, em Santo Antão, e Tarrafal do Monte Trigo sempre tiveram uma plantação de coqueiros; a plantação de coqueiros do Tarrafal de Povoação desapareceu por causa do crescimento populacional.