Supõe-se que este apelido (no Brasil, sobrenome) tenha origem numa alcunha, conforme sugere o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa de José Pedro Machado. O Tratado das Alcunhas Alentejanas (Edições Colibri, 2003), de Francisco Martins Ramos e Carlos Alberto Silva, regista Picareto e Picareta, alcunhas que podem referir-se ao ofício (p. ex., agricultor ou pedreiro) da pessoa assim nomeada, mas também pode ser uma metáfora por «grande nariz».
Observe-se que picareta, como nome comum, designa geralmente um «instrumento com cabo de madeira encavado numa peça de ferro que termina com duas pontas aguçadas, utilizado para escavar terrenos duros e pedregosos» (dicionário da Academia das Ciências de Lisboa s. v. picareta). Mas a palavra também se emprega em referência a uma «estalactite de gelo» e, como termo popular, a um «chapéu de palha para homem»; além disso, ainda popularmente, é o mesmo que «nariz grande e recurvo» (idem). Finalmente, no Brasil, diz-se picareta acerca da «[...] pessoa aproveitadora, que utiliza meios condenáveis para obter o que deseja» (Dicionário Houaiss).
Em suma, o vocábulo tem aceções que se desenvolveram provavelmente como metáforas e que se prestam a convertê-lo em alcunha.