Pode parecer estranha, mas não é de modo nenhum ilógica a relação entre a palavra mania (hoje tão comum nos nossos discursos) e o respetivo valor etimológico.
Segundo o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, mania deriva «do termo médico do latim mania, "loucura", proveniente «do grego manía, "loucura, demência, delírio profético, transporte, inspiração"».
É evidente que, atualmente, tal palavra não é associada a doença, mas a verdade é que se mantém o sentido um tanto ou quanto negativo — ou, mesmo, pejorativo — associado à ideia de ilusão e delírio de algumas pessoas que teimam em fazer-se passar por algo que não são.
Nota: Como o consulente usa, também, a palavra gabarola como sinónimo de alguém que «tem a mania», é de referir que esse termo se encontra registado como uma expressão popular portuguesa, usada para designar «pessoa vaidosa que se enaltece a si mesma; fanfarrão; jactancioso» (Guilherme Augusto Simões, Dicionário de Expressões Populares Portuguesas, Lisboa, Dom Quixote, 2000, p. 339). Na mesma linha de sentido, ocorre uma outra expressão popular «Gaba-te cesta» e/ou «Gaba-te, cesta, que vais para a vindima» que é dita «para uma pessoa que está a evidenciar virtudes que não tem» ou «a alguém que se auto elogia» (Orlando Neves, Dicionário de Expressões Correntes, Lisboa, Editorial Notícias, 1998, p. 200).
Nota: Veja-se, entretanto, o contributo do consulente Luís Cardoso.