A sua explicação pareceu-me credível, e levou-me a investigar melhor o assunto. Assim, encontrei na entrada «Figa» da obra A Casa da Mãe Joana 2, de Reinaldo Pimenta, edição da Editora Campus, Rio de Janeiro, Brasil, o seguinte:
«Figa, do francês figue (figa ou figo), cuja origem remota é a palavra latina fica, vulva, derivada de ficu (figo), provavelmente por analogia com o aspecto interior do fruto.
«Muito antes de virar amuleto, a figa surgiu em cultos orgíacos da Ásia Menor e foi parar nas terras dos conquistadores da região, os romanos. A poesia satírica latina registra vários trocadilhos entre ficu (figo) e fica (vulva). A figa era a reprodução simbólica da união sexual, com o polegar, representando o pênis, introduzido entre o indicador e o médio dobrados, correspondendo ao triângulo feminino. Tinha o poder de afastar a esterilidade e trazer a vitalidade.
«No italiano, a expressão far la fica (nesse idioma, fica já teve o sentido de vulva) é fazer um gesto obsceno de deboche dirigido a alguém e originou o francês faire la figue, fazer a figa, zombar.
«Depois, a figa se afastou de sua conotação sexual e se transformou num talismã para espantar o azar. A figa também é um gesto com esse mesmo objetivo ou o de esconjurar alguém ou algo — daí a expressão duma figa, usada para adjetivar uma pessoa ou alguma coisa desprezível, odiada (menino duma figa, trabalho duma figa).»
Muito obrigado pelos cumprimentos e pela preciosa colaboração.