Sobre o nome comum jangada, parece consensual a atribuição da sua origem ao malaiala, língua do grupo dravídico (ao qual pertence o tâmil), que se encontra especialmente concentrado no Sul da Índia. Transcreva-se, portanto, a nota etimológica que o Dicionário Houaiss (edição brasileira de 2001) dedica a este vocábulo:
«[do] malaiala cʰanggāᵈam, "balsa, dois barcos ligados para passagem nos rios", filiada ao sânscrito sánggaᵈ, "junção de dois objetos iguais; justaposição; contraposição"; segundo [Sebastião Rodolfo] Dalgado, a acepção "naire que guia ou guarda com o empenho da própria vida" explica-se por extensão de sentido "a ligação moral e indissolúvel de um indivíduo nobre, que empenha nisso a sua honra, a sua vida e até a sua família, e se faz amouco, se é necessário".»*
Outras fontes que apresentam etimologia igual ou semelhante: António Geraldo da Cunha, Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa (2.ª edição, Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1986); José Pedro Machado, Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, 4.ª edição, Lisboa, Livros Horizonte, 1987); Antenor Nascentes, Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, Rio de Janeiro, 1955).
* Segundo a mesma fonte, naire, «entre os hindus de Malabar, [é] indivíduo nobre de cuja casta se recrutava a tropa do rajá»; amouco significa «no Malabar, na Insulíndia e em outros pontos do Oriente, indivíduo que jurava lutar até à morte em defesa do seu senhor ou da própria honra».