Frequentemente usados como sinónimos, há, de facto, distinção entre os termos compota e doce, embora a diferença não seja óbvia, mesmo nos livros da especialidade.
O Livro de Pantagruel distingue entre «conservas de compotas» e «doces para conservar». Na confecção das conservas de compotas, utiliza-se a fruta crua ou com uma «leve cozedura prévia» — depende do tipo de fruta —, que se guarda em frascos devidamente esterilizados e se cobre com uma calda feita a partir de açúcar e água. Depois desta operação, colocam-se as borrachas, as tampas e as molas de arame, e os frascos são metidos numa panela e fervidos de novo, a fim de se completar o processo de esterilização e, desta forma, assegurar que a fruta não se estrague.
Os «doces para conservar» são, segundo a obra citada, «os autênticos doces de família, os que vieram de mães para filhas ao longo de gerações e gerações». Nestes, a fruta, depois de convenientemente preparada, é cozinhada juntamente com o açúcar. O preparado deverá cozer em lume brando, até que o açúcar atinja o ponto pretendido. A fruta é por vezes batida ou triturada.
Em suma, as compotas têm uma consistência mais fluida, o processo de preparação é mais rápido, e geralmente a fruta encontra-se inteira ou em pedaços. Os doces têm uma consistência mais espessa, são de preparação mais elaborada e apresentam-se muitas vezes sob a forma de puré. Na confecção destes preparados, utiliza-se, como é sabido, não apenas fruta, mas também legumes, como a cenoura.