Esta questão não é encarada por todos os gramáticos de igual forma. Evanildo Bechara, por exemplo, na Moderna Gramática Portuguesa, Rio de Janeiro, Editora Lucerna, 2001, diz expressamente que os substantivos se dividem em concretos e abstratos. «Os concretos são próprios e comuns» (p. 112).
Já Celso Cunha e Lindley Cintra, na Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Edições Sá da Costa, 1984, referem que «Quando se aplica a todos os seres de uma espécie ou quando designa uma abstracção, o substantivo é chamado COMUM» (p. 178).
A nova Terminologia Linguística (Portugal) parece seguir esta segunda orientação, pois prevê diferentes graus de abstracção para diversos nomes.
É também essa a interpretação que aparece na Gramática Prática de Português: da Comunicação à Expressão, de Olga Azeredo e outras, Lisboa Editora, 2006.
É, pois, possível, ainda que não consensual, considerar os nomes abstractos como comuns.
N.E.: a palavra paciência vem do «lat[im] patientĭa,ae» com o significado de «capacidade de suportar, constância; submissão, servilismo; faculdade de resistir, derivado do verbo patĭor,ĕris,passus sum,pati "sofrer"» (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa). Trata-se de «qualidade do que é paciente»; «virtude que consiste em suportar os dissabores e as infelicidades; resignação»; «capacidade de persistir numa atividade difícil, suportando incômodos e dificuldades; constância, perseverança»; «calma para esperar o que tarda» (idem).