Acerca das preposições diz-se na base de dados que apoia a Nova Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário que elas obrigam «qualquer grupo nominal que ocorra como seu complemento a apresentar caso oblíquo», e são dados os exemplos: (1) Ele quer jogar [contra mim] (2) *Ele quer jogar [contra eu] Se tentarmos fazer este teste com os vocábulos em apreço, excepto e salvo, a que conclusão chegaremos? (3) *Todos querem jogar [excepto mim/ti] (4) Todos querem jogar [excepto eu/tu] (5) *Todos querem jogar [salvo mim/ti] (6) Todos querem jogar [salvo eu/tu] Parece que estas palavras não suportam caso oblíquo, pelo que não poderão ser consideradas preposições. Por outro lado, Ana Costa e João Costa, na obra O Que É Um Advérbio?, Edições Colibri, Lisboa, 2001, dão como exemplos de uso destes vocábulos, considerados como advérbios, frases idênticas às que ilustram, nos dicionários, estas mesmas palavras enquanto preposições: (7) Todos deram um livro à Ana excepto o Pedro. (8) Todos deram um livro à Ana salvo o Pedro. Ainda que considere o desafio interessante, responder-lhe cabalmente neste espaço não é possível. Parece, todavia, que a classificação das duas palavras em apreço enquanto preposições típicas – e realço típicas! – é assunto que carece de estudos mais aprofundados, sobretudo porque, ao que nos pareceu, a interpretação se orienta em sentido contrário, ou seja, serem consideradas apenas como advérbios.