Gostaria de saber se os verbos que indicam fenômenos naturais tais como: chover, nevar, gear, escurecer e outros são conjugados normalmente como os demais verbos. Algumas gramáticas trazem esses verbos apenas no infinitivo, porém no Aurélio pude ler a conjugação completa de todos eles.
Afinal é possível conjugar um verbo impessoal?
Grata.
Em palavras compostas em que o primeiro elemento é um verbo na terceira pessoa do singular do presente do indicativo, e o segundo é um substantivo, sendo ambos unidos por hífen, geralmente este último aparece no plural: saca-rolhas, porta-malas, guarda-volumes, salva-vidas, etc.
O fato de o último estar no plural, mesmo quando a palavra composta ao qual pertence está no singular, parece-me ter um lógica: um saca-rolhas é um instrumento que pode sacar muitas rolhas e não apenas uma rolha; um porta-malas, porta (pode conter) várias malas e não apenas uma; num guarda-volumes, guarda-se sempre mais de um volume; um salva-vidas de praia, ao longo de sua vida profissional, ou mesmo em um único dia, pode salvar muitas vidas humanas.
Casos há, todavia, em que o segundo elemento vem mesmo no singular, quando a palavra composta está no singular, indo ao plural somente quando esta se pluraliza: guarda-roupa, guarda-fato, guarda-louça, lava-louça, lava-roupa. No plural: «dois guarda-roupas»; «cinco lava-louças». Parece ser porque o segundo elemento, embora esteja no singular, tem sentido plural. Exemplificando, roupa pode ser uma peça de roupa como um conjunto de peças de roupa. O mesmo ocorre com louça.
Em guarda-chuva, parece que chuva pode ser a chuva de um momento ou toda a chuva de um período ou ano ou anos. Daí o fato de chuva estar no singular, já que tem também o sentido plural.
É o guarda-sol, e não o "guarda-sóis", pois há somente um sol.
No caso de palavras compostas análogas formadas no Brasil, creio que, às vezes, o segundo elemento está erroneamente no singular quando deveria estar no plural. Isto ocorre porque os brasileiros tendem a dizer as coisas mais no singular do que no plural. Exemplo: mata-burro.
Lembro-me ainda que aquela assombração conhecida como chupa-cabras era chamada de chupacabras no México, e no Brasil era conhecida como chupa-cabra.
Feitas estas considerações, gostaria de vos indagar, ilustres e eruditos consultores, se há alguma regra para manter o segundo elemento no plural ou no singular, quando a palavra composta ao qual pertence está no singular. As observações que fiz acima estariam corretas e seriam esta regra?
Muito obrigado.
O plural de jardim-escola é "jardins-escola", ou "jardins-escolas"?
A palavra renascerei é derivada por prefixação, ou considera-se o sufixo da desinência verbal e é derivada por prefixação e sufixação?
Gostaria de colocar uma dúvida sobre o plural do nome composto matéria-prima. O Dicionário Houaiss indica como plural matérias-primas mas considerando que o primeiro termo é condicionado pelo segundo tal como em couve-flor que admite no plural couves-flor e couves-flores, o plural da palavra matéria-prima não pode também realizar-se em matérias-prima?
Muito obrigada.
Um conjunto de deputados brasileiros está lutando por autorização de modificação do acordo ortográfico. A minha primeira reação foi de repúdio. Falei com os meus botões, no meu fraco castelhano, «ya empezamos»... Ainda o acordo não foi implementado em todos os países, e já querem modificar. Nunca mais temos acordo... No entanto, devemos dar uma chance à inteligência alheia e pensar que eles devem ter pensado nisso também. Se, apesar disso, queriam modificações, é porque teriam supostas sérias razões. Dois eram os aspetos sobre os quais recaíam as modificações. O trema. Sempre pensei que a anulação do trema não trouxesse problema algum. No entanto, desafio a compararem as conjugações do verbo intuir e arguir tal como elas estão hoje dicionarizadas em Portugal. Que salgalhada! Reparem por favor detalhada, sinóptica e exaustivamente para acentuação das formas conjugadas... Sei que está prevista a modificação. Os brasileiros já acentuam arguir como intuir. Quero ver o que vão fazer os portugueses. Nem tudo está previsto no acordo...
O pior de tudo no entanto é a não uniformização dos radicais. No Brasil se escreve e se escrevia fato mas factível, exceção mas excepcional. É curioso ver brasileiros contra este facto e dando razão aos portugueses de forma moderada quanto às consoantes mudas. Estas se deviam conservar quando fossem pronunciadas consideravelmente em uma formas dos radicais. Meditando bem, vi que esses deputados não estavam querendo boicotar o objetivo lusofônico de unicidade de escrita, mas simplesmente amavam a língua portuguesa, talvez mais do que muitos portugueses. Sou casado com um brasileira e reparei como a falta de uniformização dos radicais é muito pouco pedagógica. Posso garantir que pelo menos 95% dos brasileiros nem suspeita que excepcional possa significar com carácter de exceção. Para eles significa «espetacular» ou «específico» (no caso dos deficientes).
Suponho que, em princípio, o plural de ravióli devia ser "raviólis". O Dicionário Houaiss nada diz, e o da Academia diz que o plural deve ser "ravióis", imagino porque devem partir do princípio de que "ravioli" em italiano já é plural. Então, qual é o plural correcto em português?
É correto o plural cavalos-vapores?
Fico muito grato.
Qual o plural masculino de cirurgião? "Cirurgiães", "cirurgiões"?
Aprendi que, nas palavras terminadas em ão, o plural se fazia tendo em conta a palavra latina no acusativo plural, caindo o n, substituído pela vogal nasal (leonem, leones – leões; manum, manus – mãos; canem, canis – cães).
Nesse sentido, e considerando chirurgianum, chirurgianes, penso que o correto é "cirurgiães". Mas ouço e vejo constantemente, dizer e escrever "cirurgiões" – até por amigos médicos da especialidade de cirurgia...
Gostaria de saber se a primeira das seguintes frases (que se ouve com pouca, mas alguma, frequência) está correcta e, em caso afirmativo, se tem o mesmo significado que a segunda. Caso esteja correcta e não tenha o mesmo significado, existe alguma diferença?
1 – «Se tenho ido lá, nada disto teria acontecido.»
2 – «Se tivesse ido lá, nada disto teria acontecido.»
Muito obrigado.
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