Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Léxico
Ana Lídia Brasil 35K

Qual é o aumentativo da palavra palácio?

Jorge Mendes Portugal 14K

Antes de mais, parabéns pelo vosso fantástico trabalho! Este sítio é de facto excelente.

E agora vamos às dúvidas: gostaria de saber se há alguma explicação para o uso quase diário, no jornal “A Bola”, do vocábulo “pormaior”, quando pretendem referir-se a um pormenor que tem bastante importância para determinada situação.

Obrigado.

Manuel Correia Bruxelas, Bélgica 36K

Antes de mais, parabéns à ilustre consultora dra. Edite Prada, que, com a humildade que só a grandeza e a competência permitem, se dignou responder – de forma, aliás, brilhante –, a uma pergunta recorrente no Ciberdúvidas e já aqui demasiadas vezes contornada sem honra nem mérito. O meu sincero aplauso, Senhora Doutora!

Mas...há um "mas"!

Com todo o respeito, parece-me haver um vício de pensamento que presidiu a todo o excelente trabalho de justificação do verbo ver: é a certeza, que não se ousou questionar, de que o verbo a empregar é este mesmo.

Se bem repararmos, houve que fazer uma "ginástica de quebrar os ossos da razão" para que o verbo ver tenha lugar na frase em questão. A tal ponto que, para o efeito, nem ter nem ver podem significar o que significam (como é afirmado) para que, juntos, dêem à frase o sentido que "queremos" que ela tenha.

Por outro lado, parece que, afinal, "nada ter a ver" não significará – de certeza, sem dúvidas – «estar relacionado», pelo menos a avaliar pelos exemplos apontados no final da resposta.

Se assim é, não nos obrigará a racionalidade cartesiana a admitir, nem que seja como mera hipótese, que há duas frases parecidas a significar coisas distintas? E que uma terá tomado o lugar das duas (no caso, terá prevalecido a que emprega o verbo ver)?

Será completamente descabido tentar encontrar justificação para o emprego do verbo haver em «isto nada tem que (ou a) haver com aquilo»? É que me parece dar bastante menos trabalho e ser bastante mais lógica e convincente do que a formulada para emprego de ver!

Correndo o risco de ser impertinente pela insistência, volto à minha argumentação inicial:

1 – Haver significa, em primeira linha, «ter».

2 – A frase «isto nada tem que ver com aquilo» é sempre redundante, já que se limita a reforçar a frase «isto nada tem com aquilo», que significa o mesmo. Nesta frase, o emprego do verbo ter não oferece dúvidas.

3 – Na "não frase" «isto nada tem "a ter" com aquilo», o verbo ter seria utilizado exactamente com o mesmo significado as duas vezes, mantendo-se o sentido da frase.

4 – Porque a frase seria foneticamente (e não só...) impraticável, o verbo ter deu lugar a haver, que também significa «ter», para além de «receber», assim se mantendo e mesmo consolidando o sentido da mesma.

5 – Seria indiferente emprego do que ou do a, já que o sentido da
frase se manteria em qualquer os casos.

6 – Nesta hipótese, ter e haver continuam a significar o que significam, sem necessidade de ter de os "perverter" para que a frase tenha o sentido que, de facto, tem – porque os verbos utilizados a esse mesmo sentido conduzem (ao contrário do que é, dignamente, admitido com o emprego de ver)!

Tentei demonstrar, esforçadamente como se constatará, que, a não existir uma ideia ou regra fixa e incontornável que "obrigue" à rejeição liminar do haver em proveito do ver, a "justificação" para o emprego daquele seria bem mais simples e facilmente aceitável do que a elaborada à volta do uso deste.

Desta forma se entenderia que o dicionário citado atribua a «nada ter que ver» significado completamente diferente de «estar relacionado», pela simples razão de que a frase que tal sentido terá é outra, ainda que outros também tenha: «nada ter que (ou a) haver».

Em face do desenvolvimento que o assunto já teve, não ouso "exigir" uma "resposta" do Ciberdúvidas. Aqui fica, apenas, o registo das minhas dúvidas que, apesar de tudo, se mantêm.

Obrigado à dra. Edite Prada.

António de Azevedo O Portugal 50K

Gostaria de saber a etimologia de diabo. Será "dia" + "bolo" por oposição a "sym" + "bolo" (símbolo)? Muito agradeço mais uma das lições quotidianamente recebidas via Internet.

Oliveira Ramos Portugal 37K

Ouvimos com frequência, inclusive nos meios de massas, referências a "Alá" com toda a naturalidade. Milhões de árabes são, assim, dados como "adoradores de Alá".
Não é isto um flagrante barbarismo? Em árabe, "Allah" significa "Deus".
Ainda por cima, trata-se exactamente da mesma divindade dos cristãos (e dos judeus)... Também há muitos árabes cristãos que, segundo suponho, também dirão "Allah".
Assim, não se devia substituir sempre "Alá" por "Deus"? Se aceitarmos
"Alá", então os ingleses adorarão "God", "Dieu" será adorado pelos franceses e assim por diante...?
Muito obrigado por um conselho sobre este assunto e a minha admiração pela obra inestimável das "Ciberdúvidas"!
Viva a Língua Portuguesa, elemento essencial (do que resta) da nossa identidade cultural!

Ondina Ferreira Portugal 8K

Insumo? É correcto o uso na nossa língua?
Muito agradecia que me informassem sobre história etimológica deste vocábulo na nossa língua. Não encontro o registo dele nos dicionários consultados.
Por outro lado, tenho visto e lido em textos de projectos, elaborados por consultores brasileiros, o uso amiúde do vocábulo "insumo" como sinónimo, creio eu, de resultados.

 

N.E. O consulente escreve segundo a Norma de 1945.

Manuel Correia Bruxelas, Bélgica 9K
Com o devido respeito, as minhas dúvidas não ficaram dissipadas.
Isto porque se "justificou" pela negativa o emprego do verbo “ver", sonegando o comentário ao pertinente argumento de Rui Prior para o emprego do verbo "haver" no sentido de "receber".
Acresce que "haver" significa, em primeira linha, "ter", para além de múltiplos outros sinónimos.
Acontece que a expressão «isto nada tem a (ha)ver com aquilo» é sempre algo redundante, já que é um mero reforço da afirmação «isto nada tem com aquilo», não merecendo dúvidas, neste último caso, o emprego do ver "ter".
Ora na frase «isto nada tem a ter com aquilo», o verbo "ter" é utilizado exactamente no mesmo sentido as duas vezes, só que a frase soaria demasiado mal para ser utilizada. Ouso admitir que a justificação para a utilização do verbo "haver" passe por aqui, por um lado assim se evitando a desagradável repetição de "ter" e, por outro, alargando o sentido do verbo para "receber", "colher"....
Desta forma, estaria justificado, pela positiva, o emprego do verbo "haver", outro tanto não parecendo ser passível de ser feito quanto ao verbo "ver", em face dos sinónimos do mesmo.
Correndo o risco de ser impertinente pela insistência, solicito se dignem esclarecer de vez este assunto, justificando pela positiva o emprego de "ver" e comentando os argumentos aduzidos, ainda que os mesmos não mereçam
acolhimento.

P.S. - Porque as dúvidas terão origem, também, na igual sonoridade das duas "versões", dúvidas deverão existir, também, na língua francesa, onde a situação é idêntica quanto aos verbos "voir" e "avoir"....
Susana Correia Lisboa, Portugal 9K
A propósito da resposta Patético, sempre ouvi dizer aos meus professores de Cultura Clássica e Latim que que a palavra derivava da palavra grega pathos (um dos constituintes da tragédia clássica) e que significava o sofrimento do herói, de onde o seu
significado «que comove». De facto, como explica o Dicionário Etimológico Nova Fronteira (Antônio Geraldo da Cunha), a palavra grega pathetikós , que deu origem à palavra do latim tardio patheticus.
Por isso, parece-me que é mais importante assinalar que a sua origem é, na verdade, grega (o latim é que pediu a palavra “emprestada” e a trouxe para o português), uma vez que é nessa medida que o seu significado é mais facilmente explicado.
Artur Teixeira Portugal 33K

Ouro e oiro, louro e loiro, touro e toiro – ou e oi – é de origem popular e erudita? Como os classificar?

Paulo Jerónimo Portugal 12K
Diz-se «Estas disposições pertencem ao Código...» ou «Estas disposições são do Código...»?