Teresa Álvares - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Teresa Álvares
Teresa Álvares
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Teresa Álvares (1946-2009), era licenciada em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, antiga professora de Língua Portuguesa e Francês.

 
Textos publicados pela autora

I

A recente polémica sobre o uso de holocausto entre aspas, para designar o extermínio de seis milhões de judeus na Alemanha nazi durante a II Guerra Mundial, repassou da política para a semântica. E naturalmente, já que é à luz desta que se podem separar denotações e conotações ou, se quisermos, distinguir designações com carga afectiva das que a não têm. Trata-se de saber se e quando podemos pôr holocausto entre aspas e, por outro lado, se e quando a...

O caminho que vai do erro à norma é longo e irregular, tão longo e irregular como a história dos povos.

No sistema não unitário que é uma língua, entrecruzam-se diversos subsistemas resultantes de situações sociais, históricas, culturais e geográficas também diversas.

Lindley Cintra e Celso Cunha, na Nova Gramática do Português Contemporâneo, distinguem «três tipos de diferenças internas que podem ser mais ou menos profundas:

Pergunta:

   O meu velho pai tem a mania de ao pronunciar a palavra foleiro dizer "fóleiro" porque tem a certeza que foleiro vem de fole (gaita de foles p. exemplo).
Está correcto?

Resposta:

Foleiro – coisa ou pessoa de mau gosto, de mau aspecto, desprezível – provém de fole. Com um sentido aproximado existem as palavras feloso ou foloso. De fole há 42 variantes registadas num monumental Dicionário Morfológico da Língua Portuguesa, de Evaldo Heckler, Sebold Back e Egon Ricardo Massing (ed. Univ. do Vale do Rio dos Sinos , Rio Grande do Sul, Brasil).

Quanto à pronúncia, de facto a que está consagrada na língua padrão é "fuleiro". No entanto, não deixam de ser legítimas variantes dialectais, como em coveiro – "còveiro" no Norte, "cuveiro" no Sul…

Seu pai pode não estar completamente enganado...