Paulo J. S. Barata - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Paulo J. S. Barata
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Paulo J. S. Barata é consultor do Ciberdúvidas. Licenciado em História, mestre em Estudos Portugueses Interdisciplinares. Tem os cursos de especialização em Ciências Documentais (opção Biblioteca e Documentação) e de especialização em Ciências Documentais (opção Arquivo). É autor de trabalhos nas áreas da Biblioteconomia, da Arquivística e da História do Livro e das Bibliotecas. Foi bibliotecário, arquivista e editor. É atualmente técnico superior na Biblioteca Nacional de Portugal.

 
Textos publicados pelo autor
Um  lagar posto a

Em matéria de língua portuguesa, basta estar atento e o insólito aparece mesmo nas situações mais inesperadas. Surge onde está a linguagem e esta está por todo lado. Um dia destes à mesa dei comigo a ler o contrarrótulo de uma garrafa de azeite Esporão. O texto rezava assim:

Um desastrado insipiente no lugar que devia ter sido corretamente escrito: incipiente.

«Este é um daqueles erros detetáveis apenas pelo olho humano. Só não erra quem não escreve. Mas já se compreende pior que nem os copidesques de um jornal de referência – certamente não insipientes, e cujos conhecimento e experiência não serão, também, incipientes – o tenham evitado...»

 

 

Nesta semana, no caderno Economia do Expresso (n.º 2087, 27 de outubro de 2012, p. 30), dei de caras com urbescópio, um termo que obviamente não está dicionarizado. O urbescópio é uma peça de mobiliário urbano, de sinalética urbana, metálica, composta por uma base encimada por uma espécie de tubo circular, que direciona o olhar para um ponto-alvo na cidade, um monumento, um edif...

Erros maciços

Há dias, percorrendo a programação dos diferentes canais de televisão disponibilizada pela Zon, deparei-me com esta sinopse do filme Terramoto no Gelo (15 de outubro de 2012):

«Na véspera de Natal uma massiça placa de gelo colapsa na Russia provocando uma onda de choque por todo o Alaska deixando uma família isolada no meio da neve dependendo de si mesmos para sobreviver.»

Esta é daquelas gralhas danosas. O que pretendia ser vestuário surge grafado como vestiário!? Aconteceu no jornal diário gratuito Metro, numa notícia sobre a exposição mediática na Internet, em que uma mãe escreve sobre a filha:

«Noutra noite, descobri que me tinha Googlado via “Google Imagens”, para me mostrar a uns amigos novos. O que descobriu foram algumas fotos de mim em lingerie que acompanhavam um texto sobre vestiário feminino» (Metro n.º 1688, de 26 de junho de 2012).