Deambulando pela programação televisiva disponibilizada pela Zon, dei com esta sinopse da série A Firma, que passa no AXN:
«Mitch McDeere, um jovem e brilhante advogado recém saído da faculdade de Harvard vê-se seduzido pelas promessas de um prestigioso bufete de advogados de Memphis. No entanto, passado pouco tempo de entrar, começa a suspeitar que algo estranho passa na tão ilustre firma» (A Firma, T. 1, Ep. 11).
Dando, desde logo, de barato a falta do hífen que deveria ligar o antepositivo «recém» a «saído» — como em recém-nascido ou recém-formado —, e deixando de lado outras deficiências sintáticas que o texto apresenta, centro-me naquele inacreditável bufete de advogados, quando o que deveria lá estar era «escritório de advogados» ou até mesmo, como no título da série, «firma de advogados».
Admito que isso se tenha ficado a dever a uma tradução muito descuidada do espanhol, já que, entre outros sentidos, bufete em espanhol significa exatamente «escritório de advocacia»… E embora num dos sentidos, o de peça de mobiliário (aparador), os termos coincidam em ambas as línguas, um bufete de advogados em língua portuguesa seria, quando muito, uma «refeição de advogados», nunca um «escritório de advogados»… Um falso amigo que, ao contrário da tal firma da série, não prestigia o serviço de programação da Zon…