Miguel Esteves Cardoso - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Miguel Esteves Cardoso
Miguel Esteves Cardoso
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Nasceu em Lisboa em 1955. É doutorado em Filosofia Política, pela Universidade de Manchester, Inglaterra. Desde 2009 escreve diariamente no Público e, em 2013, passou a ser autor da Porto Editora, a quem confia a obra inteira. Publicou entre outros: A causa das coisas (1986), O amor é fodido (1994), A vida inteira (1995), Explicações de Português (2001). Mais aqui.

 
Textos publicados pelo autor
«Tem isto cabimento?»
A inversão do sujeito numa interrogativa global

«O título é Tem a Itália os políticos que merece? Odeio esta mania de pôr o verbo à frente. Claro que a nossa língua permite que o carro se ponha à frente dos bois. Mas fica esquisito». Assim escreve Miguel Esteves Cardoso, criticando a inversão do sujeito em interrogativas globais (de resposta sim/não), em crónica incluída no jornal Público, no dia 6 de fevereiro de 2022.

Viva o isso
«Como é que vai isso?»

«De todas as saudações que conheço, a mais portuguesa tem sempre um isso. "Como é que vai isso?" é sempre mais rico e mais espesso do que apenas "Como é que vai?"» – considera o escritor português Miguel Esteves Cardoso em crónica disponível no jornal Público do dia 29 de janeiro de 2022, discorrendo acerca da versatilidade de isso na língua portuguesa. Texto escrito segundo a norma ortográfica de 1945.

Diospirando
Dióspiro ou diospiro?

«As eleições não vão resolver nada: em Fevereiro continuará a sentir-se a insolúvel divisão entre os portugueses que dizem diospiro e os que dizem dióspiro», observa Miguel Esteves Cardoso, em crónica publicada no jornal Público, no dia 27 de janeiro de 2022, numa brincadeira à volta da pronúncia de uma palavra com duas variantes de igual vitalidade.

A bela zumalhada
Palavra formada do inglês zoom e do convío à distância entre jovens

Zoom já entrara na língua por imposição das videochamadas generalizadas pelo distanciamento forçado por causa da pandemia. Chega o que dele  resultou... e com a feição portuguesa, pois claro!...

Crónica do escritor Miguel Esteves Cardoso, publicada no jornal  Público do dia 18 de dezembro de de 2021, a seguir transcrita, com a devida vénia ao autor.

O doce descobiçar
Um derivado sufiixal que promete certo alívio

«Descobiçar é gozar o alívio de não ter de ir àquele restaurante; o tempo que se ganha em não visitar aquela cidade horrível, muito na moda; o descanso que advém de não vestir aquele casaco; a paz de alma que nasce de continuar a não conhecer aquela pessoa.» Afirma o escritor Miguel Esteves Cardoso numa crónica acerca da descoberta que é sentir-se indiferente aos apelos do consumismo, ao mesmo tempo que explora novos contextos para verbos como folhear, apontar e coçar. Texto publicado em 14 de dezembro de 2021, no jornal Público.